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Penedo

IFAL Penedo homenageia Roberta Dias e promove reflexão sobre violência de gênero

Placa com o nome de Roberta Dias foi colocada em 28 de maio pela Prefeitura de Penedo - Foto: assessoria

O Campus Penedo do Instituto Federal de Alagoas realizou nesta segunda, 09 de junho, a atividade “Em lembrança à estudante Roberta Dias”, em homenagem à jovem que, em abril de 2012, teve sua vida brutalmente interrompida aos 18 anos. A ação foi promovida pelo Núcleo de Gênero, Diversidade e Sexualidade (Nugedis) com o objetivo de relembrar o caso e reforçar a importância do enfrentamento à violência de gênero e ao feminicídio.

A programação teve início com um ato simbólico na rua localizada ao lado do campus, que agora leva o nome da estudante. Em um momento de falas emocionadas, participantes destacaram a importância de manter viva a memória de Roberta e de continuar lutando por uma sociedade mais justa e segura para as mulheres. A nova placa com o nome da jovem foi instalada pela Prefeitura de Penedo no último dia 28 de maio, após a aprovação de projeto de lei enviado à Câmara Municipal.

Em seguida, a atividade teve continuidade no auditório da instituição, onde os participantes puderam ouvir as promotoras de Justiça Ariadne Dantas e Mirya Ferro, coordenadoras dos Núcleos de Defesa da Mulher e de Combate à Criminalidade do Ministério Público de Alagoas (MPAL). Elas compartilharam reflexões sobre a violência de gênero e o papel das instituições no enfrentamento desse grave problema social.

Durante o evento, a professora Gisele Lima, coordenadora do Nugedis, destacou o compromisso da instituição com a memória da ex-aluna e com a educação voltada à promoção da igualdade. “Roberta Dias foi nossa aluna e era uma jovem moça que foi vítima de toda essa misoginia e violência de gênero que ronda nossa sociedade. É nosso dever, como instituição de ensino, trabalharmos com nossos estudantes e comunidade sobre a importância de combatermos preconceitos que, nesse caso, se manifestam na violência contra a mulher”, afirmou.

A mãe da estudante, Mônica Reis, também esteve presente, trazendo um depoimento marcado pela dor, mas também pela esperança de que o nome de sua filha inspire transformações sociais.

Roberta cursava o 2º ano da formação técnica em Meio Ambiente quando desapareceu, após sair de casa para uma consulta médica. Grávida do namorado, a jovem foi sequestrada, levada para um local deserto e asfixiada. Sua ossada só foi encontrada nove anos depois.

O crime, que chocou a cidade de Penedo e repercutiu em todo o estado, teve seu desfecho judicial apenas em abril deste ano. Mary Jane Araújo Santos, sogra de Roberta à época, foi condenada a um ano e dez meses por ocultação de cadáver e corrupção de menores, com pena em regime aberto. Já Karlo Bruno Pereira Tavares, que confessou ser o executor do crime, foi sentenciado a 15 anos de reclusão, em regime fechado. O então namorado de Roberta, Saulo de Thasso Santos, também envolvido na ação, era menor de idade e por isso não foi denunciado, tendo sido representado na Vara da Infância e da Juventude.